"O desejo de busca pelo saber, cada dia um pouco mais, aprender com os grandes mestres da literatura... tudo isso inquieta a minh´alma! (Gracinha)
quarta-feira, 14 de março de 2012
Poema: Aos Deturpadores do Amor
Se tiver que bater, bata.
Mas na cara da própria covardia.
Se tiver que arrancar, arranque.
Os cabelos da própria valentia.
Se tiver que rachar, rache.
A testa da própria hipocrisia.
Se tiver que furar, fure.
Os olhos do próprio ciúme.
Se tiver que puxar, puxe.
As orelhas do sentimento de posse.
Se tiver que apertar, aperte.
O gatilho no nariz da própria sorte.
Se tiver que lascar, lasque.
As unhas da própria vaidade.
Se tiver que enjaular, enjaule.
A própria irracional animalidade.
Se tiver que incendiar, incendeie.
A casa e o quintal da própria maldade.
Se tiver que amputar, ampute.
Os músculos de sua pré-potência.
Se tiver que socar, soque.
A boca da própria ignorância.
Se tiver que quebrar, quebre.
Os dentes da própria arrogância.
Se tiver que cortar, corte.
A própria língua que enfeitiça.
Se tiver que enforcar, enforque.
A garganta da vingança.
Se tiver que envenenar, envenene.
O ventre da própria insegurança.
Se tiver que metralhar, metralhe.
A vidraça da própria desconfiança.
Se tiver que atirar, atire.
No peito da própria amargura.
Se tiver que amarrar, amarre.
As patas da própria força-burra.
Se tiver que decepar, decepe.
Os dedos da própria loucura.
Se tiver que esfaquear, esfaqueie.
As longas pernas da própria mentira.
Se tiver que aprisionar, aprisione.
As mãos e os pés da própria ira.
Se tiver que sufocar, sufoque.
O grito do próprio desespero.
Se tiver que afogar, afogue.
As próprias mágoas enfim.
Se tiver que matar, mate (e bem matado!).
O egoísmo dentro de si.
Reflita... Erga a cabeça e vire o disco
e que ninguém tenha que fazer nada disso.
...
Conteúdo enviado por Diovani Mendonça
Diovani Mendonça Arte & Cultura
Diovani MendonçaSobre o autor: Diovani Mendonça, mineiro de Belo Horizonte, idealizador entre outras iniciativas de incentivo à leitura do projeto "Pão e Poesia em qualquer esquina, em qualquer padaria" e "Pão e Poesia na Escola", que consistem na publicação de poemas em saquinhos de pão apropriados para o contato com alimento distribuidos gratuitamente a padarias na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
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